É inegável que a pandemia do novo coronavírus contribuiu para a alta dos preços dos imóveis que já vinham tendo um crescimento estável ao longo dos anos. Em 2020, o preço médio dos imóveis subiu 3,67% segundo a pesquisa FipeZap, abaixo do IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que é considerado a inflação oficial do país. Ainda assim, mesmo inferior ao IPCA, essa foi a maior elevação nos preços desde 2014 e a tendência é que o preço dos imóveis continue se ampliando em razão de alguns motivos os quais sempre estiveram atrelados a esse aumento.
O valor de um imóvel é afetado por inúmeros fatores, tanto racionais, quanto emocionais. Mas alguns critérios se destacam para a formação do preço, como a localização, o tamanho, o estado de conservação, a área de lazer do condomínio e fatores mercadológicos que influenciam a oferta e a procura dos imóveis. Dito isso, vamos entender três causas principais que impactaram diretamente no aumento dos preços em 2021.
1. Juros mais baixos
Como uma forma de estimular a economia, em função dos impactos econômicos da Covid-19, os bancos reduziram as taxas de juros para níveis mais baixos. A taxa básica da economia SELIC, ficou em decréscimo histórico de 2% ao ano, isso fez com que o financiamento e empréstimos ficassem mais acessíveis, facilitando a compra do consumidor. Segundo os dados do Banco Central, a taxa média para financiar imóvel caiu para 7% em 2020. O mercado financeiro espera que a taxa básica de juros, a Selic, suba 0,75 ponto percentual para 4,25% ao ano até o final de 2021. Isso ainda é considerado um patamar baixo e, por isso, o mercado espera que o juros reduzidos continue aquecendo o mercado de imóveis.
2. Mudança no comportamento dos consumidores.
Com a adoção de medidas preventivas de combate à pandemia, como o distanciamento e o isolamento social, surgiu a necessidade de um espaço para trabalhar, de forma, on-line. Nesse sentido, as buscas por imóveis mais amplos e que tenham um ambiente de “home office” aumentaram. Segundo a matéria publicada no Estadão, "Pandemia muda preferência dos consumidores por imóveis”, essa transição resultou no aumento dos imóveis, tendo em vista, que as pessoas passaram a procurar por locais maiores. Sendo assim, os novos lançamentos das construtoras priorizam esses ambientes específicos para garantir o conforto dos novos moradores, mas, esse custo é repassado para os consumidores.
3. Falta de material.
É evidente que a pandemia trouxe agravantes econômicos para o cenário imobiliário. Nesse sentido, a escassez de insumos combinada à alta dos preços dos materiais de construção resultou no elevado custo financeiro dos imóveis. Segundo levantamento feito pela FGV, Fundação Getúlio Vargas, revela que, na média, os preços do segmento subiram 38,66% nos últimos 12 meses. Entre os vários itens do setor, um em especial levou os preços para cima: o aço. A FGV aponta que essa inflação é a maior em 28 anos. E, umas das razões para isso, é que o aço é uma das commodities mais valorizadas no mercado exterior no cenário atual, países com economias poderosas como a China e os Estados Unidos reduziram seus juros para aquecer o quadro econômico, com isso, a demanda pelo aço aumentou e os preços subiram. Como também, o minério de ferro, o alumínio e o cobre tiveram a elevação dos seus custos.
Então, após entender o porquê os imóveis estão elevando os seus valores, você deve estar se perguntando: “Bom, é hora de comprar ou esperar?” É necessário compreender que esses fatores irão contribuir para uma escalada de preços que apenas está no início. Dessa forma, você precisa avaliar três pontos: primeiro, se você tem a necessidade de comprar um imóvel agora, se isso representa uma segurança para a sua família e se é importante no momento. Segundo, você pode arcar com um financiamento? Isso representa grandes riscos para você a ponto de comprometer a sua renda? E, por último, se você encontrou um imóvel que atende às suas necessidades e que cabe no seu bolso, a hora de comprar é agora!
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